January 29, 2024

As espécies de 𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 no estado do Paraná.

Olá, espero que estejam bem

Hoje darei início a uma série de 3 publicações sobre o gênero 𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 Barb. Rodr.

Ao longo destes três momentos será abordado sobre as espécies ocorrentes no estado do Paraná, mas precisamente na região de Ponta Grossa nos Campos Gerais.

O nome 𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 é uma homenagem que João Barbosa Rodrigues fez a sua Alteza Imperial Isabel, Princesa Imperial do Brasil, como uma forma de reconhecimento de ser protetora da ciência e da floricultura.

O gênero 𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 é endêmico da América do Sul, no Brasil ocorre de maneira natural nos domínios fitogeográficos da Mata Atlântica e do Cerrado, pode ser encontrada também na região das Misiones na Argentina.

1 - 𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 𝑝𝑢𝑙𝑐ℎ𝑒𝑙𝑙𝑎 (Kraenzl.) Van den Berg & M.W.Chase.

𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 𝑝𝑢𝑙𝑐ℎ𝑒𝑙𝑙𝑎 ocorre como epífita ou rupícola, em capões, floresta contínua, de galeria e matas ciliares, podendo formar densas touceiras. Esta é a espécie mais comum do gênero no estado.
Geralmente exibe uma competição por espaço acarretando o desenvolvimento pendente de frentes de crescimento.
É considerada por Bonnet et al. (2011) como epífita indicadora de boa qualidade ambiental, por ser encontrada em matas e capões bem conservados.
A espécie é encontrada com flores no estado do Paraná durante os meses de maio a julho e a maturação dos frutos com deiscência das sementes no início de outubro.

Na região de Ponta Grossa, a espécie pode ser encontrada no Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) onde habita as matas ciliares e alguns afloramentos de arenitos.

Essa espécie além de sua cor púrpura, possui um labelo levemente ondulado-crenado que exibe um brilho único, como se tivesse partículas de vidro ou diamantes em seu lábio.

Vinculado a esta publicação deixo uma observação feita por mim de 𝐼𝑠𝑎𝑏𝑒𝑙𝑖𝑎 𝑝𝑢𝑙𝑐ℎ𝑒𝑙𝑙𝑎 (Kraenzl.) Van den Berg & M.W.Chase. em Ponta Grossa, PR.

Fonte:
CNCFlora. (2012a). Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em . Acesso em janeiro 2024.

ENGELS, M. E; TARDIVO. R. C. O gênero Isabelia (Orchidaceae: Laeliinae) no estado do Paraná, Brasil. Rodriguésia 64(2): 369-377, 2013.

FLORA DO BRASIL (2021). Algae, Fungi and Plants. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br. Acesso em janeiro 2024.

Posted on January 29, 2024 05:20 PM by johann_macedo johann_macedo | 2 observations | 0 comments | Leave a comment

January 23, 2024

Albino Hatschbach Sobrinho - Um autêntico pioneiro da orquidofilia brasileira

Olá, espero que estejam bem,

Hoje vou contar um pouco sobre a historia de Albino Hatschbach com as orquídeas, em especial as ocorrentes no estado do Paraná, lugar onde Hatschbach fez seus campos à Mata Atlântica e coletou grande número de orquídeas.

Albino Hatschbach foi um dos mais importantes e bem-sucedidos coletores de plantas que trabalharam no Paraná, filho de pai austríaco e mãe brasileira, se mudou para Alemanha aos nove anos de idade para completar seus estudos. Durante esse tempo, Hatschbach se familiarizou com o trabalho de Rudolf Schlechter (botânico e taxonomista alemão, autor de inúmeros trabalhos envolvendo orquídeas) isso despertou nele a paixão pelas orquídeas. Albino Hatschbach retornou ao Paraná em 1908 para trabalhar na fábrica de seu avô.

De volta a Curitiba, Hatschbach recebeu um novo impulso de um de seus vizinhos, Rudolf Bruno Lange (Naturalista, pesquisador e professor 1922 - 2016), um dos primeiros colecionadores de orquídeas do Paraná. Juntamente com Lange, Hatschbach fez longas excursões pela Mata Atlântica paranaense onde coletou um grande número de orquídeas, que ele enviou ocasionalmente a Rudolf Schlechter em Berlim para determinação. Schlechter publicou os espécimes de Hatschbach em seu artigo Beitraege zur Kenntnis der Orchidaceenflora von Parana II , Orchidaceae Hatschbachianae (1926a) (Contribuições para o conhecimento da flora orquidácea do Paraná ll). Hatschbach também estabeleceu uma relação de trabalho com Per H. Dusén (Naturalis, orquidólogo e orquidófilo), que colecionou orquídeas no Paraná durante seu tempo.

Assim, as orquídeas tornaram-se seu principal passatempo e Albino Hatschbach tornou-se um pioneiro da cultura das orquídeas em Curitiba, ele foi um dos fundadores da Sociedade Paranaense de Orquidófilos e presidente desta por vários períodos.
Em 1925 retornou à Alemanha; havia sido convidado por Rudolf Schlechter para visitá-lo em Berlim. No entanto, após sua chegada em Lisboa, recebeu a triste notícia de que Schechter havia falecido poucas semanas antes.

Hatschbach começou então a se corresponder com Frederico Carlos Hoehne, que já tinha uma excelente reputação no mundo das orquídeas. Anos depois, correspondeu-se também com Guido Pabst, estrela em ascensão na orquidologia brasileira. Pabst pediu-lhe em uma de suas cartas que coletasse para ele espécimes de Oncidium albinoi (nome válido Gomesa albinoi), que ele nunca tinha visto. Hatschbach então o respondeu: "no lugar onde encontrei essas plantas hoje só há casas".

Foi com razão que Schlechter escreveu, após o fim da Primeira Guerra Mundial: "Como na Alemanha de hoje ninguém está em condições de pagar por essas coleções (de Hatschbach), fazemos apenas uma coisa, erguer um monumento simbólico dando seu nome à novas espécies" (Gardolinski, 1960: 140).

Assim, Rudolf Schlechter dedicou a Hatschbach as seguintes novas espécies de orquídeas: Capanemia hatschbachii (nome válidoCapanemia therezae Barb. Rodr.), Cyclopogon hatschbachii, Oncidium albinoi (nome válido Gomesa albinoi (Schltr.) M.W.Chase & N.H.Williams), Pleurothallis hatschbachii (nome válido Acianthera hatschbachii (Schltr.) Chiron & van den Berg), Maxillaria hatschbachii (nome válido Maxillaria subulata Lindl.), Epidendrum hatschbachii (nome válido Epidendrum caldense Barb.Rodr.), Octomeria hatschbachii (nome válido Octomeria hatschbachii Schltr.) e Oncidium hatschbachii (nome válido Gomesa paranensoides M.W.Chase & N.H.Williams)

Albino Hatschbach morreu em 1973. Deixou dois filhos, Erin Hatschbach e Gert Hatschbach (1923-2013) Este último, Gert, seguiu os passos do pai, estudou botânica e em 1966 fundou o Museu Botânico da cidade de Curitiba.

Espero que tenham gostado dessa breve viagem pela historia orquidofilia paranaense, associadas a esta publicação estão dois registros feitos por mim nos capões de mata de araucária do Paraná, um deles da espécie Gomesa paranensoides M.W.Chase & N.H.Williams e outro de Gomesa albinoi (Schltr.) M.W.Chase & N.H.Williams, ambas espécies nomeadas em homenagem a Albino Hatschbach Sobrinho.

REFERENCIAS

OSSENBACH, C; RUDOLF. J. ORQUÍDEAS SUL-AMERICANAS II DE RUDOLF SCHLECHTER. A "REDE" DE SCHLECHTER: BRASIL (BACIA DO RIO DA PRATA). Universidad de Costa Rica, COSTA RICA, 2019.

FLORA DO BRASIL (2021). Algae, Fungi and Plants. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br. Acesso em janeiro 2024.

Posted on January 23, 2024 04:23 PM by johann_macedo johann_macedo | 2 observations | 0 comments | Leave a comment

November 1, 2023

𝘊𝘢𝘮𝘱𝘺𝘭𝘰𝘤𝘦𝘯𝘵𝘳𝘶𝘮 𝘨𝘳𝘪𝘴𝘦𝘣𝘢𝘤𝘩𝘪𝘪 Ghost Orchid 👻

Orquídea fantasma 👻

𝘊𝘢𝘮𝘱𝘺𝘭𝘰𝘤𝘦𝘯𝘵𝘳𝘶𝘮 𝘨𝘳𝘪𝘴𝘦𝘣𝘢𝘤𝘩𝘪𝘪 Cogn. é uma orquídea epífita com ocorrência no Sudeste e Sul do Brasil. Essa planta difere muito dos "padrões" característicos das orquídeas devido a ausência de folhas e seu rizoma muito reduzido.

Sua parte vegetativa é composta por suas raízes que envolvem a planta, o que a faz ficar invisível entre musgos e raízes de outras plantas.

O nome popular de orquídea-fantasma (orchid ghost) é atribuído a plantas semelhantes a esta ao redor do mundo. 🌎👻

Ghost Orchid 👻

𝘊𝘢𝘮𝘱𝘺𝘭𝘰𝘤𝘦𝘯𝘵𝘳𝘶𝘮 𝘨𝘳𝘪𝘴𝘦𝘣𝘢𝘤𝘩𝘪𝘪 Cogn. is an epiphytic orchid occurring in the Southeast and South of Brazil. This plant differs greatly from the characteristic "patterns" of orchids due to the absence of leaves and its very reduced rhizome.
Its vegetative part is made up of its roots that surround the plant, which makes it invisible among mosses and roots of other plants.
The popular name ghost orchid is attributed to plants similar to it around the world. 🌎👻
.
.
.

Posted on November 1, 2023 03:52 PM by johann_macedo johann_macedo | 2 observations | 0 comments | Leave a comment

Archives