Com vista à identificação de áreas prioritárias para conservação na Lousã, tenho tentado registar a biodiversidade existente em vários locais, sempre com a esperança de encontrar alguma espécie rara. Para aumentar a probabilidade desse encontro preciso de aprender mais sobre as espécies e os géneros e famílias correspondentes. Por outro lado, também pretendo intensificar a identificação de observações de outros utilizadores, pois neste momento tenho mais observações do que identificações. Uma forma de conciliar os dois objetivos é enumerar algumas famílias prioritárias para identificação (famílias que incluam espécies raras potencialmente presentes na Lousã e que tenham uma grande percentagem de observações sem identificação) e dedicar mais tempo à identificação de observações dessas famílias: ao fazê-lo não só estarei a ajudar outros utilizadores como estarei a aprender mais sobre essas famílias, aumentando a probabilidade de identificar uma espécie rara se a encontrar.
Começo por elaborar uma lista das espécies referidas na Lista Vermelha da Flora Vascular em Portugal [1] que possam ocorrer na Lousã. Os grupos ecológios/geográficos mais relevantes (página 66) serão os seguintes, mais ou menos por ordem decrescente de relevância:
Eis algumas espécies em perigo observadas nessas regiões, nomeadamente perto da Lousã ou em locais com caraterísticas vagamente semelhantes:
Comecemos por analisar o número total de observações e o número de espécies observadas de cada uma destas famílias na Lousã (concelho da Lousã e SIC Natura 2000 Serra da Lousã) [2]:
Existem 15 famílias com pelo menos 2 espécies autóctones observadas e pelo menos 5 observações na Lousã. Para cada uma dessas famílias calculemos a razão entre o número total de observações na Lousã e o número de observações GP em Portugal continental:
11 destas famílias têm na Lousã pelo menos 15 observações ou pelo menos 1% das observações em Portugal Continental. Consideremos essas como as famílias prioritárias para observação e identificação na Lousã. Para terminar, calculemos para cada uma dessas famílias a razão entre o número de observações verificáveis de outros utilizadores que precisam de identificação e o número de observações GP no distrito de Coimbra: as famílias em que esse quociente é mais elevado (sobretudo as que incluem endemismos raros) serão aquelas às quais darei prioridade na identificação de observações de outros utilizadores.
Assim, as 10 famílias prioritárias são (4 endemismos assinalados com o género escrito em maiúsculas):
Xanthorrhoeaceae (ASPHODELUS bento-rainhae)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=71400
Ranunculaceae (Anemone nemorosa, RANUNCULUS henriquesii)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=48231
Brassicaceae (ARABIS beirana, Erysimum lagascae)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=47204
Caryophyllaceae (DIANTHUS laricifolius, Lychnis flos-cuculi)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=48567
Rosaceae (Potentilla montana, Rosa rubiginosa, Rubus genevieri, Sorbus aria, Sorbus latifolia, Sorbus torminalis)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=47148
Asteraceae (Avellara fistulosa, Doronicum carpetanum, Jurinea humilis, Senecio doria, Senecio nemorensis)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=47604
Fabaceae (Astragalus glycyphyllos, Genista berberidea, Vicia orobus)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?taxon_id=47122&place_id=8422
Lamiaceae (Nepeta caerulea, Stachys palustris)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=48623
Dryopteridaceae (Dryopteris carthusiana, Dryopteris guanchica)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=47753
Asparagaceae (Anthericum liliago)
https://www.biodiversity4all.org/observations/identify?place_id=8422&taxon_id=47599
[1] https://listavermelha-flora.pt/wp-content/uploads/2020/10/Lista_Vermelha_Flora_Vascular_Portugal_Continental_2020_versao_digital.pdf
[2] https://www.biodiversity4all.org/projects/biodiversidade-autoctone-da-lousa
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